Acidente de moto: pesquisa da Abraciclo e HC mostram as reais causas.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) e o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) firmaram parceria para realização de um estudo pioneiro na América Latina, com o intuito de elucidar as reais causas dos acidentes de trânsito envolvendo motociclistas.
A pesquisa “Causas de Acidentes com Motociclistas” revelou que as principais ocorrências derivam do comportamento inadequado tanto de motoristas quanto de motociclistas, do uso de drogas e álcool e da ineficiência na formação dos condutores. Os dados foram coletados durante três meses por equipes especializadas (Polícias Militar, Corpo de Bombeiros, peritos, médicos e agentes da CET), que atenderam a 326 vítimas nas unidades hospitalares da Zona Oeste da cidade de São Paulo.
Os dados mostram que o despreparo de motoristas e motociclistas ao transitar nas vias de São Paulo é responsável por 74% das ocorrências de trânsito. Mais da metade desses acidentes foi ocasionada por automóveis (51%) e 49% por motociclistas – em ambos os casos o principal causador é a imprudência dos condutores (88%), conforme as conclusões dos peritos.
De acordo com o estudo, os motociclistas mais vulneráveis a acidentes são homens (92%), com idade média de 30 anos, formados pelo ensino médio (58%) e com renda de 1 a 3 salários mínimos (62%). Desses, 73% usam o veículo como meio de transporte e apenas 23% das vítimas eram motofretistas.
Por outro lado, 23% dos motociclistas avaliados pelo estudo não possuíam habilitação. “Por não ter a formação exigida, esse condutor não conta com a capacitação necessária para enfrentar as vias públicas e, consequentemente, pode cometer imprudências e ocasionar acidentes”, explica Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.
O levantamento também apontou o consumo de álcool e drogas como uma das principais causas das ocorrências, uma vez que 21,3% dos acidentados estavam sob efeito de entorpecentes. Desses, 14,2% tinham consumido drogas (maconha, cocaína ou anfetaminas) e 7,1% estavam alcoolizados. “Não precisamos de mais leis para inibir o consumo de drogas e álcool ao dirigir, mas sim de fiscalização eficiente e punições rigorosas. Não podemos ser hipócritas, temos que encarar isso de frente”, comenta Dra. Júlia Greve, coordenadora do estudo feito pelo Hospital das Clínicas.
Durante a pesquisa, também foi apurado que 94% dos acidentes ocorreram em pista seca, sendo 67% durante o dia e 18% às sextas-feiras.
“A indústria de veículos de duas rodas levará estes resultados aos órgãos governamentais e apresentará propostas para possíveis soluções, visando um trânsito mais seguro”, finaliza Fermanian.
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Fonte: www.bestriders.com.br
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