Honda XL 250R-Dicas de mecânica de motos
sábado, 6 de outubro de 2012
XL 250R foi uma moto fabricada e comercializada pela Honda em vários países do mundo. Foi testada exaustivamente no Brasil em meados de 1982 e finalmente lançada em outubro do mesmo ano. Trouxe algumas diferenças em relação ao modelo europeu similar: foi adequada as estradas brasileiras, também adequada para gasolina brasileira (de menor octanagem e com 25% de alcool incluído) e recebeu um discreto aumento de cilindrada. Em 1984 foi substituída pela XLX 250R, modelo com peças totalmente nacionalizadas.
A primeira vista da motocicleta torna-se evidente o avançado projeto (em 1982): dupla saída de escapamento - demonstra que possui 4 válvulas no monocilíndrico -, suspensão Pró-Link, descompressor automático no pedal de partida, corrente autolubrificada, suspensão dianteira a ar, tanque em formato "vulcão" e carenagem para enduro. Devido a estes atributos a XL 250R tornou-se logo um grande sucesso de mercado, sendo durante anos um modelo único no Brasil, uma Trail de média cilindrada com motor 4 tempos.
A moto possui estética agressiva e atualizada, para seu tempo, seguindo as tendências da maioria das fora-de-estrada de projeto japonês, com dimensões até exageradas para a cilindrada, se comparada com modelos de passeio da mesma categoria. O pedal de partida desce fácil, ajudado pelo descompressor, que automaticamente libera a saída de gases pelo escape, tornando seu funcionamento mais macio. Em motos 4 tempos de um único cilindro, geralmente o pedal de partida é pesado, daí a colocação de um descompressor na XL, acionado pelo próprio pedal de partida.
A XL 250R pega fácil e os poucos contra-golpes durante a partida a frio não chegam a ser desconfortáveis devido à ação do descompressor. Já nos primeiros quilômetros, a XL se mostra confortável, com uma posição adequada para pilotar e bastante maleável em trânsito urbano intenso. Os comandos estão todos à mão e basta se acostumar com sua altura elevada para de adquirir confiança. O banco(assento), possui um estofado bastante macio, bom para pilotagem em cidade e mesmo no Trail. Porém, em percursos mais longos, a espuma cede e depois de algumas horas no guidão o banco se torna incômodo.
Para quem está habituado a dirigir modelos Trail com motor 2 Tempos, o motor 4 tempos da XL parecem estranhos no início da pilotagem. Apesar das seis marchas, não é necessário trocá-las constantemente, pois o motor é bastante elástico, com um excelente torque em baixa rotação. A moto responde bem até mesmo quando o motor está próximo da marcha lenta. Este torque é bastante linear, alcançando bem as rotações mais elevadas sem um "pico" de torque, como ocorre nas motos de motor 2 Tempos, quando o motor "dispara" e a roda dianteira vai para o ar, se a moto estiver engatada em primeira ou segunda marcha.
No asfalto os freios respondem bem (são a tambor, tipo enduro, ocupando apenas metade dos eixos traseiro e dianteiro) e a suspensão é firme e confortável. O desenho dos pneus permitem uma boa aderência no asfalto, considerando que são motos Trail, também apropriadas para o fora-de-estrada.
Na estrada
Pista dupla, asfalto liso… não parece ambiente para uma moto enduro. No entanto, a XL se comporta quase como um modelo de passeio. Suas acelerações são rápidas, a velocidade máxima é bastante aceitável (128 km/h com o piloto sentado e 132 km/h com o motociclista deitado) e o consumo rodando a 80 km/h, ficam em torno de 30 km/l para um motociclista cuidadoso. A altura do solo chega a dar uma certa insegurança inicial, sobretudo em alta velocidade e/ou curvas muito inclinadas. O pára-lama dianteiro - devido ao desenho e também ao plástico moldado de que é feito - vibra em velocidades acima de 100 km/h, fazendo um pouco de ruído e gerando alguma vibração ao guidão. Já o motor tem baixo nível de vibração, apesar de monocilíndrico. A pequena carenagem, quase de efeito estético, chega a auxiliar na penetração aerodinâmica quando se pilota deitado. A sexta marcha (over drive, praticamente uma sobre-marcha) faz o motor cair de giros e trabalhar em menor rotação. Rodando em sexta marcha em velocidades abaixo de 100 km/h, o conta-giros indica 4 ou 5 mil rotações. Desta forma, além de aliviar o motor, aumentando sua vida útil, consegue-se ótimas médias de consumo, principalmente porque o torque em baixa rotação é suficiente para manter velocidade, sem exigir a quinta marcha em qualquer subida.
O funcionamento das suspensões é firme e preciso e não há tendência de afundamento da dianteira em frenagens mais fortes, devido ao garfo dianteiro, que além do óleo convencional, também sob pressão como elemento amortecedor.
Velocidades de até 100/110 km/h podem ser usadas constantemente no asfalto sem que a moto se mostre inadequada. Apenas acima de 120 km/h é que a penetração aerodinâmica se torna um pouco estranha, devido à grande área frontal e altura desta superfície de ataque contra o ar. Nestas condições, as manobras se tornam lentas, com um certo atraso de obediência dos comandos. Porém, estas características são comuns em motos Trail que ultrapassam os 120 km/h, o que geralmente é acentuado pelo uso de aro 21 polegadas na dianteira.
Na terra
Estrada de terra, manchas de areia, corcovas.. A XL encontra seu local preferido. Enquanto ela mantinha 70/80 km/h em estradas sem asfalto, motos passeio mal conseguiam passar dos 40 km/h. A aderência dos pneus e o funcionamento da suspensão se torna muito eficiente e mesmo em curvas rápidas com derrapagem o controle da moto é total. A suspensão traseira se mostra um pouco dura depois de alguns quilômetros, mas o lubrificante garante uma regulagem na tensão da mola do Pró-Link para torná-la mais confortável. O garfo dianteiro pode ser calibrado em postos de gasolina, e a pressão do ar se encarrega de adequá-la ao piloto ou ao tipo de uso. O curso da suspensão, tanto na dianteira como na traseira, é suficiente para a terra ou até saltos.
Sem dúvidas, as pequenas estradas de terra são o melhor terreno para a XL, que, nestas condições, consegue unir velocidade com segurança e conforto. Seu consumo não se altera muito, pois não é necessário acelerar mais ou usar marchas muito reduzidas, sendo possível fazer médias em torno dos 24 km/l. Mesmo com chuva intensa, a XL 250R se comporta com tranquilidade e a aderência só fica comprometida em longos alagadas em velocidade elevada. Mesmo assim, a vedação do motor se mostra excelente, com a moto enfrentando 50 cm de profundidade de água sem que o motor chegue a ratear.
Saindo da estrada e enfrentando pequenas trilhas, a XL continua com um comportamento uniforme e adequado. A relação da primeira e segunda marcha é bastante curta permitindo enfrentar subidas bastante íngremes sem uso da embreagem. Pilotando em pé, a maleabilidade continua boa, sendo fácil encontrar boa posição para controlar a moto. Porém, quando terminam as trilhas e a moto começa a enfrentar o Trail "pesado", isto-é, fazendo seu próprio caminho em meio ao mato, barrancos e outros obstáculos, a XL mostra algumas limitações. Seu peso um pouco elevado (em torno de 140 quilos em ordem de marcha, abastecida) torna a pilotagem um pouco cansativa. Da mesma forma, quando o terreno não é muito aderente, os 22cv da potência máxima não conseguem levantar a frente com facilidade, fazendo algumas manobras difíceis, como é caso de um salto inesperado. Este peso também é justificado pelo uso de um motor 4 tempos e também pelo fato da estrutura básica ter um projeto para motores de 250cc3 e 500cc3, como ocorre nas versões européias da XL.
Desempenho e consumo
Velocidade máxima (motociclista sentado): 128,0 km/h
Velocidade máxima (motociclista deitado): 132,0 km/h
Consumo em estrada e cidade: 25,0 km/l
Características técnicas
Motor
Motor: Monicilíndrico, 4 tempos, refrigerado à ar, duplo comando no cabeçote, 4 válvulas.
Cilindro: em aço com camisa de aço inclinado para frente.
Cilindrada: total de 248cc3, pistão de 74mm de diâmetro com 57,8mm de curso.
Taxa de compressão: 9,3 : 1.
Carburador: Carburador de fluxo horizontal com 28 mm de venturi.
Ignição: Sistema de ignição eletrônica, utiliza C.D.I. Fonte de carga da bateria provém do magneto. Sistema de partida primária do motor à pedal.
Lubrificação: Forçada por bomba tracoidal.
Filtro de ar: Espuma de poliuretano.
Transmissão
Sistema de redução primária: Por engrenagem.
Relação de redução primária: 2,379.
Sistema de redução secundária: Por corrente.
Relação de redução secundária: 44/14 (3,143).
Embreagem: Banhada a óleo.
Tipo de caixa de marchas: Engrenamento constante, 6 marchas à frente.
Sistema de operação: Operação com pedal do lado esquerdo.
Relação de transmissão:
1ª (Primeira): 2,307
2ª (Segunda): 2,111
3ª (Terceira): 1,590
4ª (Quarta): 1,280
5ª (Quinta): 1,074
6ª (Sexta): 0,931 (over drive)
Dimensões e pesos
Comprimento total: 2.170mm
Largura total: 865mm
Altura total: 1.270mm
Distância entre eixos: 1.385mm
Vão livre mínimo: 280mm
Ângulo de inclinação: 28° 30'
Avanço: Não disponível
Peso: Líquido (seco) de 128 kg.
Peso: Om ordem de marcha 140 kg.
Raio de giro mínimo: Não disponível
Pneus
Dianteiro: 3.00 X 21 4 PR; pressão de 21 libras/Pol2.
Traseiro: 4,60 X 17 - 4 PR; pressão de 21/24 libras/Pol2.
Suspensão
Dianteira: Garfo telescópico (Ceriani)
Traseiro: Braço oscilante triangular
Amortecedores
Dianteiro: Óleo-pneumático com regulagem de pressão de ar (230mm de curso)
Traseiro: Pro-Link com único amortecedor, mola helicoidal com regulagem de pressão (190mm)
Outros
Ignição: Sistema elétrico de 12 volts com bateria, Ignição transistorizada tipo CDI.
Diagrama de válvulas:
Admissão: Abre a 5° apms, fecha a 30º dpmi
Escape: Abre a 35° apms, fecha a 5º dpms
Folga de válvulas:
Admissão: 0,05 mm
Escape: 0,10 mm
Marcha lenta: 1.200 rpm
Cores: Vermelha,azul e branca
Desempenho
Velocidade máxima: 130 km/h
Aceleração: De 0 a 100 km/h 10,5 s
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wdasilvaaguiar2gmail.com
às
11:50
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6 comentários:
Excelente descrição da XLAO!!
Muito bom parabéns
Xzelão é top tenho uma 84
Ainda vou comprar a minha
Muito boa descrição da melhor moto que eu conheço!
Melhor mto q a Honda já fez.
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