Todos estão de acordo numa coisa: rodar pela maioria das ruas e estradas brasileiras, é pedir para andar de carroça com o pior amortecedor já inventado. Mas, cara, experimente rodar por aí com um motorzão a partir de 600 cc e com estrutura apropriada para os mais – desculpem-me a expressão – safados terrenos tupiniquins! A vida é outra com as big-trails. Vamos, aqui, conhecer alguns dos melhores motores encontrados no Brasil, num comparativo entre: BMW G650 GS, Suzuki V-Strom 650, Yamaha XT 660R e a Honda Transalp 700.
BMW G 650 GS
Considerada a “porta de entrada” da marca, a G 650 GS é uma moto de design muito atrativo e preço idem. Comercializada na faixa dos R$ 29.800,00, dos modelos deste comparativo, ela é a segunda mais barata, ficando a XT 660 em primeiro lugar.
Em cilindrada real, está em terceiro, abaixo da XT e da Transalp: são 652 cm3 num motor monocilíndrico. O motor é refrigerado a líquido e oferece potência de 50 cv a 6500 rpm, com torque máximo de 60 Nm a 5000 rpm: alto torque e baixo consumo. Permite uma rápida mudança nas marchas, proporcionando pilotagem bem segura, especialmente, em pistas mais acidentadas. O chassi, em dupla trave de aço e estrutura traseira aparafusada, dá mais agilidade ao conjunto.
Seus freios são de pinça única, contudo, o sistema ABS, que vem de série nesta moto, pode ser desativado para fazer trilhas. O “corpo” da moto foi remodelado a partir de sua antecessora, a F 650 GS (já tida como uma excelente moto), com o uso de para-brisas baseado nos modelos GS. O cockpit possui um design esportivo e moderno e ela foi dotada de painel completo. Além disso, conta com acessórios opcionais, como protetor de cárter e compartimentos de bagagem muito práticos. Manoplas aquecidas e freios ABS já saem em série.
Uma excelente moto, ótima pilotagem e manobrabilidade. Assim é a BMW G 650 GS, uma motocicleta que inspira aventura. Consumo: 26,7 km/l @ 120/h no modelo testado.
Suzuki V-Strom 650
Às vezes, vê-la somente como uma big-trail chega a ser um insulto, porque, na verdade, essa moto é uma verdadeira estradeira. Seu conforto começa a partir de seu visual, porque, só de olhar, você já a sente como uma motocicleta muito confortável.
Seu motor bicilíndrico em V possui 645 cm3, o “menor” deste comparativo, contudo, não quer dizer que seja o pior dos modelos. Por exemplo, em potência, ela oferece 67 cv a 8000 rpm, contra os 50 cv @ 5000 rpm da G650 GS (adiante, veremos que os demais modelos oferecem “cavalaria” menor). Assim como em todos os outros modelos aqui comparados, a V-Strom possui injeção eletrônica e motor refrigerado a líquido. Contudo, é a única a possuir câmbio de 6 marchas, contra as 5 marchas dos demais modelos.
O tanque da V-Strom é também o maior, dentre as suas concorrentes: 22 litros. Na BMW são 17,3 litros; na Transalp são 17,5 litros; e na XT 600, 15 litros. Em termos de peso (em ordem de marcha), a V-Strom só perde para a Transalp (por volta de 225 kg), com seus 217 kg. A BMW pesa 192 kg e a Yamaha XT 660 184 kg.
Uma motocicleta muito segura e confortável. Em preço, está em segundo lugar, atrás também da Transalp: R$ 34.590,00. Um preço meio alto, sem dúvida, mas, como sabemos, isso é Brasil e nada aqui é de graça. Aliás, tudo tem que ser muito mais caro do que no resto do mundo. Seu consumo chegou à média de 19,8 km/l a 110 km/hora, uma ótima nota, por sinal. Afinal, são mais de 400 km sem pedir reabastecimento!
Yamaha XT 660R
Hoje, podemos afirmar que este é o modelo mais vendido, entre estes do comparativo. Primeiro, pelo preço, que é por volta de R$ 26.900,00, sendo, então, a mais barata das quatro aqui apresentadas. Mas, em tempo, não quer dizer que seja uma moto ruim, é, sim, até muito boa moto.
Delas, é a única que realmente possui o motor com o tamanho informado: exatos 660 cm3, sendo, então, a terceira mais “potente” entre as quatro. Pelo menos, cubicamente falando. Seu motor monocilíndrico oferece 48 cv a 6000 rpm, chegando bem próximo aos 50 cv da BMW. Seu torque máximo é de 5,95 kgf.m a 5250 rpm.
A XT 660 tem também a versão Ténéré, que manteve o visual mais voltado ao rally, com menos detalhes urbanos, digamos assim. Para pegar uma rodovia, numa viagem com a galera, a versão R tem, lá, suas vantagens. Oferece melhor conforto e, por ser uma moto mais leve do que a versão rally, mais maneabilidade na rodovia.
Seu tanque, de 15 litros, permite uma autonomia de cerca 260 km, o que garante uma boa rodagem nas estradas, mas, ainda assim, está bem atrás da V-Strom, da BMW e, em menor proporção, da Transalp.
Honda Transalp 700
Um show de moto, muito linda! Para quem ainda não sabe, ela é a evolução das antigas XL (250 e 350), mas, nem se toca nisso. O importante é que a Honda fez uma big trail com jeitão adventure e com a intenção de tomar boa parte desse mercado.
Seu motor, duplo cilindro em V, tem 680,2 cm3 e gera 60 cavalos a 7500 rpm. Possui, assim como as demais, refrigeração líquida e é alimentada por injeção eletrônica.
Seu tanque, com 17,5 litros de capacidade, permite uma autonomia de cerca de 297 km, ou seja, algo como 17 km/l. Isso é possível devido ao sistema PGM-FI, que utiliza dois corpos injetores de 40 mm de diâmetro, integrados numa única unidade, cada qual com 12 orifícios injetores. Dessa forma, contribui para uma mistura ar x combustível de forma mais eficaz, trazendo potência e redução no consumo.
O modelo possui, também, sua versão com ABS – o Combined ABS (C-ABS), desenvolvido pela Honda. Neste sistema, a pinça dianteira apresenta três pistões, que permite ainda maior segurança nas frenagens.
A Transalp ainda possui um sistema antifurto, denominado HISS, que fora desenvolvido pela própria Honda. Com esse sistema, somente a chave original poderá funcionar a motocicleta, devido ao chip eletrônico responsável pelo reconhecimento da chave.
Em termos de preço, a XL 700V Transalp consegue ser a mais carinha, entre as do comparativo: R$ 34.800,00. Agora, depende de você, de quanto você está disposto a investir em seu lazer. Todos os modelos aqui vistos são excelentes motocicletas, que trarão, de um jeito ou de outro, muita satisfação ao seu proprietário. E que você, meu amigo, ainda possa ser um felizardo, nesse sentido.
Box comparativo:
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